Um terço do que a ASAE apreende vai para instituições sociais
Na sua maioria as doações referem-se a vestuário e apenas 14% são alimentos. Cerca de 30% do total de produtos alimentares e têxteis apreendidos pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) são doados a instituições de solidariedade. Pedro Portugal Gaspar, inspector-geral da ASAE, explicou à agência Lusa que as instituições podem inscrever-se no site da autoridade para receber as doações, que, na sua maioria, referem-se a vestuário e apenas 14% são alimentos. Pedro Portugal Gaspar explicou que os outros 70% das apreensões são destruídos por não apresentarem condições (por exemplo, ainda terem etiquetas), e que é preciso mais empenho por parte das instituições. "Há certas situações no vestuário contrafeito em que, possivelmente, com um pouco mais de empenho dos beneficiários em retirar as marcas, descravar as etiquetas e saber ocultar melhor, talvez conseguíssemos crescer um pouco mais nesse quadro da doação", diz. As instituições só recebem o vestuário quando se responsabilizam em ocultar a marca "para que não haja qualquer utilização, ainda que por via indirecta, dessa mesma marca, já não com um objectivo comercial, mas em que o beneficiário também pode vir a dizer que tem as calças de ganda da marca x ou y", explicou. O inspector-geral esclareceu que a ASAE se tem empenhado na doação das apreensões, "em detrimento da sua destruição", mas que "há ainda um caminho para percorrer de reforço da responsabilidade social para alargar as doações". No caso dos alimentos há quatro possíveis fins: "devolução ao meio natural, entrega a instituições de solidariedade social para consumo humano, doação a canis ou jardim zoológico para consumo animal e destruição". Segundo fonte do Jardim Zoológico de Lisboa, a ASAE envia sobretudo carne, peixe e hortícolas, "bens crus e não cozinhados ou temperados, cuja quantidade varia bastante, e a entrega é feita de forma esporádica". Também o Banco Alimentar Contra a Fome, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Casa do Gaiato são beneficiários regulares das entregas da ASAE.
24-11-2014
Ler maisAssembleia-geral
Aprovado, por unanimidade, o Plano de Atividades e Orçamento para 2015.
23-11-2014
Ler maisSolução para ramal da Lousã pode ser diferente do projecto do Metro Mondego
Autarcas, empresários e utentes reclamam a "imediata conclusão" das obras no ramal e a reposição do transporte ferroviário. Mas poderá ser necessário mudar todo projecto para conseguir financiamento. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) defende a conclusão das obras do ramal ferroviário da Lousã com fundos europeus, o que pode implicar uma solução tecnológica diferente da prevista no projecto do Metro Mondego. Em entrevista à Lusa, a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, defende que "é prioritário repor o serviço" público de transporte entre Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, interrompido em 2009, devendo a intervenção na sede de distrito avançar noutra fase. Como as populações do interior "não têm alternativa de mobilidade", a conclusão das obras do ramal da Lousã "é uma questão de justiça social", considera. Neste sábado, autarcas, empresários e utentes assinalaram os cinco anos do encerramento do ramal e exigiram a “imediata conclusão” das obras e reposição do transporte ferroviário. Os municípios reclamam "o arranque imediato da instalação" do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), disse o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado. O empreendimento do Metro Mondego foi iniciado em 2 de Dezembro de 2009, pelo último Governo de José Sócrates, que a seguir mandou suspender as obras. Criada em 1996, a sociedade gestora do projecto (que tem o Estado como accionista principal) "está bloqueada por obstrução deliberada do Governo", segundo o socialista Manuel Machado. A empresa "não tem um plano de acção" para 2015, enquanto as últimas contas também não foram ainda aprovadas pela assembleia geral, critica o também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, numa visita à zona de Coimbra onde foram demolidos vários edifícios para abrir caminho ao metro. Na sua opinião, "falta apenas" o Governo "tomar decisões" que permitam, com fundos comunitários, concluir as obras no ramal da Lousã e construir depois o troço urbano do SMM, entre a Baixa da cidade e os hospitais de Coimbra. Metro de fora do PETI O SMM “não foi considerado” no Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas (PETI) do Governo, apesar de ser "importante para Coimbra" e para a região, lamenta por seu lado Ana Abrulhosa. "Eu acho que deveria ter sido considerado num programa operacional temático nacional. Como não foi, a única possibilidade que há para este projecto é através do Programa Operacional Regional", cujos meios financeiros "são menores", esclarece. Mas isso obriga a repensar o projecto, que "para ser sustentável, tem de incluir a componente urbana, que tem a maior procura" do futuro SMM. "Podemos estar a falar de 300 ou 400 milhões de investimento e aí não conseguimos apoiar um projecto desta dimensão", refere a líder da CCDRC. Ana Abrunhosa considera que importa "redimensionar o projeto e colocar sobre a mesa várias soluções tecnológicas", incluindo o bus rapid transit (BRT, um autocarro com uma faixa de rodagem exclusiva), para reduzir o investimento e os encargos com a manutenção do sistema. "Temos os dossiers para a candidatura aos fundos comunitários preparados, aguardando apenas o aviso de abertura de concurso", informa o presidente da Metro Mondego, João Rebelo, adiantando que o projecto foi actualizado, obtendo assim "algumas reduções de investimento". "Fizemos uma revisão da procura e uma nova análise de custo-benefício", acrescenta. Quando as obras do SMM começaram, em Serpins (Lousã), em 2 de Dezembro de 2009, o investimento previsto, sem incluir o material circulante, rondava os 510,5 milhões de euros e abrangia a intervenção no ramal da Lousã e na área urbana de Coimbra. Em 2012, uma comissão criada pelo Governo, liderada pelo ex-autarca de Coimbra Carlos Encarnação, do PSD, procedeu a uma revisão do empreendimento e reduziu os custos para 386 milhões de euros. "O que falta fazer custa 279 milhões de euros", pois o investimento já realizado ascende a 107 milhões, revela Luís Antunes, presidente da Câmara da Lousã e da assembleia-geral da Metro Mondego. O autarca do PS salienta que "há material circulante disponível, que o Estado está a pagar", no Metro do Porto e no Metro Sul do Tejo, que poderia ser usado na linha da Lousã. Ideia tem mais de 20 anos Antes de encerrar, o ramal ferroviário da Lousã constituía, desde 1906, a principal ligação do interior do distrito a Coimbra e transportava diariamente mercadorias e milhares de pessoas. Com o início das obras do metro, os comboios deixaram de circular no ramal, primeiro apenas entre Serpins e Miranda e, um mês depois, em toda a extensão da ferrovia, que dispunha de bitola ibérica.
17-11-2014
Ler maisAlterações ao Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social (Decreto-Lei n.º 172-A/2014)
O Decreto-Lei n.º 172-A/2014 introduz alterações ao Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social (ou seja ao Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro).
17-11-2014
Ler maisJantar Solidário
Mais uma iniciativa... Jantar Solidário no Hotel Palácio da Lousã de angariação de fundos para a continuação da edificação do novo Centro Social de Vilarinho. Breve resumo do projeto: A primeira fase de construção da obra «estrutura e telhado», iniciou-se em janeiro de 2009 e foi dada por concluída em novembro do mesmo ano. Com o desenrolar da obra e por conselhos técnicos avalizados a Direção achou por bem alterar alguns pormenores, sendo que estes seriam mais-valias para o próprio edifício, bem assim como mandou colocar tijolo em toda a área externa do edifício. Assim, o investimento global no que já se encontra construído ascende a um valor a rondar os € 500.000,00 (meio milhão de euros). Valor este totalmente suportado pela tesouraria da Instituição. Desde essa data, finais do ano de 2009, que a obra se encontra completamente parada. A Associação não pode suportar mais custos nem investimentos adicionais e por outro lado não consegue encontrar a disponibilidade junto da Segurança Social, que seria o parceiro institucional por natureza para algum eventual subsidio. A situação estrutural do nosso País nos últimos anos tem sofrido grande regressão, a conjuntura económica é deveras grave. Além disso, com a recente construção de um novo complexo escolar na nossa freguesia, a cada vez menor taxa de natalidade e o envelhecimento progressivo da nossa Região, levou a que a Direção ponderasse seriamente reformular mais uma vez, e nesta fase por iniciativa própria, parte do projeto e sem grandes custos adicionais. Pelo que, com o empenho de um sócio amigo, técnico na área de projetos e a colaboração do gabinete técnico da autarquia da Lousã, foi reformulado o projeto na parte do Centro Social que dizia respeito às Crianças, passando agora a contemplar a resposta social de Lar, com capacidade para 35 Utentes. Após várias reuniões com a área técnica da Segurança Social esta última versão do projeto (Lar – com capacidade para 35 camas), mereceu Parecer favorável. Presentemente, a continuação da obra depende de eventuais candidaturas a financiamentos Estatais ou a donativos que sejam atribuídos à Associação por algum Mecenas. A ADIC está atenta e muito empenhada em encontrar soluções para o prosseguimento da obra. Assim, aparece mais esta iniciativa e outras que se realizarão brevemente. Este Jantar Solidário tem o custo de 20,00 €, por pessoa, e, além do jantar incluí: » Beirão de honra; » Fados; » The Latin Pearls;
16-11-2014
Ler maisCâmara da Lousã vence prémio de “Autarquia + Familiarmente responsável”
A Câmara Municipal da Lousã foi distinguida pelo terceiro ano consecutivo como “autarquia familiarmente responsável” pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis (OAFR) e irá receber a “Bandeira Verde com Palma” no dia 19 de novembro às 17H00 na Associação Nacional de Municípios, em Coimbra. Uma das medidas tomadas pela Câmara Municipal da Lousã que lhe deu acesso ao prémio foi a tarifa familiar de água, que tem em consideração o número de pessoas por agregado familiar e não penaliza, assim, as famílias mais alargadas, assim como outras taxas e tarifas. Este galardão é elucidativo da sensibilidade social da Câmara Municipal em várias áreas, nomeadamente o apoio a cidadão em situação de carência económica, a alunos com necessidades educativas especiais, os prolongamentos de horário, transportes, refeições escolares e apoio à aquisição de livros e material escolar. O Plano Municipal Sénior, o apoio às IPSS, o apoio financeiro a Instituições, Clubes e Associações e as Férias Ativas, são outros dos projetos que foram analisados pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis (OAFR). Para o Presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, “a atribuição deste galardão é o reconhecimento pelas boas práticas de política familiar implementada pela Autarquia e traduz a prioridade estratégica definida de investimento nas pessoas”. A Câmara da Lousã foi uma das 102 autarquias a responder ao inquérito realizado pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis, sendo que só 39 foram distinguidas por medidas concretas de apoio às famílias, algumas das quais com distinção de “Palma” que destaca os Municípios com três ou mais distinções consecutivas. Foram analisadas as políticas de família dos municípios em dez áreas de atuação: 1. apoio à maternidade e paternidade; 2. apoio às famílias com necessidades especiais; 3. serviços básicos; 4. educação e formação; 5. habitação e urbanismo; 6. transportes; 7. saúde; 8. cultura, desporto, lazer e tempo livre; 9. cooperação, relações institucionais e participação social; 10. outras iniciativas. São ainda analisadas as boas práticas das autarquias para com os seus funcionários autárquicos em matéria de conciliação entre trabalho e Família. A Bandeira Verde tem como principal objetivo dar visibilidade às autarquias com boas práticas e incentivar as restantes a fazerem mais e melhor no âmbito das políticas de apoio à família. Fonte: Local.pt
13-11-2014
Ler maisRisco de pobreza duplicou em 2013 em Portugal
O risco de pobreza em Portugal aumentou de 26,0% para 27,4% entre 2008 e 2013, mas um dos indicadores -- o de agregados familiares com pessoas desempregadas -- duplicou no período indicado, revela o Eurostat. Segundo o gabinete oficial de estatísticas da Uniäo Europeia (UE), a taxa de pessoas com idade entre os 0 e os 59 anos que vivem em agregados familiares com muito baixa participaçäo no mercado de trabalho (um dos indicadores de risco de pobreza) passou de 6,3% em 2008 para 12,2% em 2013, tendo a média da UE subido de 9,1% para 10,7%. Globalmente, em Portugal havia, em 2013, 27,6% de pessoas em risco de pobreza, que comparam com os 26,0% de 2008 e acima da média da UE (24,5%). Segundo o Eurostat, em 2013, mais de um terço da populaçäo estava ameaçada de pobreza ou de exclusäo social em cinco Estados-membros: Bulgária (48,0%), Roménia (40,4%), Grécia (35,7%), Letónia (35,1%) e Hungria (33,5%). Já os países onde o indicador é mais baixo säo a República Checa (14,6%), Holanda (15,9%), Finlândia (16%) e Suécia (16,4%).
13-11-2014
Ler maisJornadas Micológicas de Vilarinho
Os cogumelos silvestres dominam dezenas de atividades na Serra da Lousã, no outono, com destaque para caminhadas, formação e gastronomia, sendo os participantes incentivados a valorizarem os ecossistemas e a gestão comunitária dos baldios.
10-11-2014
Ler maisEm Portugal, os homens e as mulheres estão mais iguais
Os homens e as mulheres estão mais iguais em Portugal e isso é uma coisa boa. É que o nosso País subiu de posição no relatório The Global Gender Gap Report de 2014, sobre igualdade de género, elaborado pelo Fórum Económico e Mundial.
10-11-2014
Ler maisEducação de Infância no Masculino ... Ainda há desconfianças a ultrapassar
Há poucas semanas, um representante da comunidade cigana, a propósito da nova lei que proíbe os casamentos forçados, argumentava, de forma depreciativa, aos microfones de uma rádio nacional em seu desfavor algo como: “Pois é, e hoje o que vemos por aí são elas a conduzir os automóveis e eles a empurrar os carrinhos de bebé”! Apesar de extraído da realidade, este episódio ilustra bem uma forma de pensamento que até há bem pouco tempo era a dominante. As tarefas das mulheres e as responsabilidades dos homens… Não muito longe vão os tempos em que na sociedade portuguesa era impensável um homem mudar a fralda aos filhos. Sempre os terá havido ao longo dos tempos, mas coisa muita rara, que o passar dos anos, das décadas e dos séculos tem alterado e, hoje, apesar de muitos ainda haver que não o fazem, as coisas mudaram e, agora, são esses que correm à margem da tendência dominante na nossa sociedade. Serve isto para introduzir o tema da Educação de Infância no Masculino, com a ressalva de que a Educação de Infância não é apenas mudar fraldas. Educação de Infância é isso mesmo, educar crianças, neste caso, com idades de creche e pré-escolar. De facto, em família o homem já participa muito mais, (quase) equiparando-se à mulher, exceção feita àquelas situações em que o homem é, fisiologicamente, incapaz. E no que toca à educação da prole, o homem de hoje empenha-se e participa ativamente. E não é apenas em casa que a relação educativa dos mais pequenos com os progenitores tem vindo a alterar-se. Apesar de ser um universo esmagadoramente feminino, os educadores de infância estão espalhados um pouco por todas as instituições, seja no Setor Solidário, no Público ou no Privado. Os testemunhos ficam para mais à frente, pois para já comecemos pelos números divulgados pela DGEEC (Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência), na publicação «Perfil do Docente 2012/2013», que nos dizem que apenas 1,1% dos docentes na Educação Pré-escolar eram homens no ano letivo de 2012/2013. De um universo total de 15.430 educadores de infância, apenas 163 eram do sexo masculino. Ainda segundo o mesmo documento, no Norte do País, de um total de 5.605 educadores de infância apenas 48 (0,9%) eram homens, na Região Centro eram 35 (1%), em Lisboa encontra-se o maior número, 67 (1,5%), no Alentejo apenas seis (0,5%), enquanto no Algarve eram sete (1,1%). Números de 2014, apenas os inscritos na Associação de Profissionais de Educação de Infância (APEI), que num universo de 2.481 associados apenas 11 são homens. Portanto, em linha com o cenário nacional. «Esta ausência de homens nos serviços para a infância é normalmente atribuída a fatores de ordem sociocultural aparentemente difíceis de ultrapassar. Contudo, ultimamente as referências à necessidade da presença masculina nas creches e jardins de infância têm aumentado substancialmente. Pensa-se que a sua presença, para além de proporcionar um modelo masculino às crianças, ajudaria a erradicar uma visão antiga dos serviços para a infância como substituição dos cuidados da mãe (…)», escreveu Lúcia Santos, presidente da APEI, na edição janeiro/abril de 2014 dos Cadernos da Educação de Infância. De facto, a questão cultural é o primeiro e grande obstáculo a uma maior adesão dos homens à profissão, sendo que as características maternais ainda imperam. Disso mesmo deram conta os educadores de infância que conversaram com o SOLIDARIEDADE. A desconfiança inicial dos pais é, sem dúvida, um fator apontado por todos como uma nuvem negra sobre o seu trabalho, mas todos concordam que é sempre desvanecida, mais cedo ou mais tarde. Segredo: conquistar primeiro as crianças que os pais logo se rendem. Filipe Simões, 38 anos, educador de infância na Associação Creche de Braga, sublinha precisamente isso, recordando que, quando foi apresentado pela primeira vez a dois pais cujos filhos no ano letivo seguinte iriam ser seus educandos, a desconfiança pairou no ar: “Senti que a receção não foi a melhor, mas hoje sou grande amigo de um desses pais e damos passeios de bicicleta e jogamos à bola”. Por seu turno, José Pedro Gonçalves, 25 anos, docente no Colégio Espinheira Rio, no Porto, conta um episódio, no mínimo, caricato, da desconfiança que a sua profissão ainda gera, especialmente, junto dos pais. “Numa reunião individual, de receção a uma criança, e após cerca de 20 minutos a falar de como iria desenvolver-se a prática pedagógica, em que referi várias vezes que iria ser o educador responsável, o encarregado de educação da criança pergunta-me: “Mas é o Zé que vai ficar com eles na sala? É educador de infância? Vai ter paciência para as crianças?”, conta, explicando ter ficado com “a nítida sensação que a pessoa ficou admirada e sempre desconfiada, mas com o passar dos tempos foi percebendo que os homens também podem ser educadores”. Educador de infância no Centro Social de Chaves, Nuno Gonçalves, 33 anos e há nove anos a exercer, confirma igualmente esta ideia: “Os pais quando chegam pela primeira vez ainda se notam alguns olhares incrédulos e de estranheza por estar um homem no lugar onde era suposto estar uma mulher. Penso que, para eles, o primeiro contato é alarmante, ficam apreensivos, desconfiados, preocupados. Com o passar do tempo confiam e percebem qual é o meu papel e a importância de trabalharmos em conjunto para promovermos o desenvolvimento dos filhos”. Há 15 anos a exercer a profissão, Luís Miguel Pereira, 42 anos e educador na Obra Social do Sagrado Coração de Maria (OSSCM), em Guimarães, reforça a ideia de que “ainda existem grandes preconceitos em relação a esta profissão”, o que tem consequências: “Pelo facto de sermos homens, percebermos que estamos constantemente a ser avaliados pelas famílias”. Rui Passos, de 27 anos, e há três colega de Luís Miguel Pereira na OSSCM, considera compreensível determinadas reações, exemplificando com a sua experiência: “É compreensível que pensem assim e recordo quando estava a terminar o curso, em 2004, no auge de se falar da pedofilia, Casas Pias, etc., e como estava a estagiar ainda foi mais difícil, porque não tinha tempo para dar provas de ser tão capaz como as mulheres”. O fantasma da pedofilia é também uma outra nuvem que ensombra o desempenho destes homens, como recorda Filipe Simões, dos tempos em que entrou no mercado de trabalho: “Quando comecei estava-se no auge do caso de pedofilia do padre Frederico, na Madeira, o que não ajudou nada”. E se a reação dos pais é de desconfiança, com as crianças as coisas são mais tranquilas. Todos reconhecem haver uma certa surpresa inicial, mas que rapidamente desaparece. “Lembro-me do meu primeiro dia na creche, sala de 2 anos, em que as crianças ao princípio não sabiam como chamar-me e ficavam admiradas por eu saber contar histórias, fazer teatros, cantar, dançar, serená-las ou ser um refúgio seguro… Rapidamente me aceitaram”, conta o educador de Chaves. Sendo tão poucos, habitualmente um por instituição – Luís Miguel Pereira e Rui Passos são, por certo uma exceção numa instituição que demonstra grande abertura neste capítulo [ver caixa] –, trabalhar entre mulheres é uma experiência agridoce, a avaliar pelos testemunhos. “É uma das partes difíceis de ser educador. Por vezes não é fácil... Primeiro porque em situações que se resolveriam de forma pragmática, as mulheres têm o «dom» de complicar”, sustenta José Pedro Gonçalves, que considera, no entanto, que “apesar de algumas desvantagens, é uma experiência positiva”. Apesar de tudo, a maioria diz sentir-se mimada pelas educadoras e demais staff dos jardins de infância, também ele maioritariamente feminino. Como refere Rui Passos, “muitas mulheres juntas, já se sabe, nunca dá muito bom resultado”. Por outro lado, esse cenário acaba por colocar “mais olhos em cima dos educadores homens”. Porém, essa presença masculina num meio esmagadoramente feminino é, no entender de Luís Miguel Pereira, uma mais-valia para as crianças. “Acho importante não ser uma área exclusiva das mulheres, porque uma criança tem um pai e uma mãe e nas salas de infância as crianças deviam poder ter o modelo masculino e o modelo feminino”, sustenta. E o que pode um homem emprestar de diferente à educação de infância? “Talvez a grande diferença seja a descontração e o pragmatismo”, defende José Pedro Gonçalves, enquanto Filipe Simões vinca essa diferença: “É diferente a maneira de ver a infância. Somos mais descontraídos”. Sublinhando a ideia de que a presença masculina é uma mais-valia para a criança, Luís Miguel Pereira considera que a diferença reside no “espírito aventureiro, que é mais do homem, do envolvimento na loucura das crianças e brincar com isso”, enquanto Rui Passos, por seu turno, vai mais longe na análise: “Para estar aqui, um homem tem que gostar muito e esse gosto leva a uma motivação extra. Não é fácil estar oito horas com um grupo de crianças!”. Apontado por todos é também o facto de o trabalho desenvolvido pelos educadores de infância homens ser invariavelmente menosprezado. Nuno Gonçalves conta um episódio curioso, mas elucidativo do olhar que ainda existe sobre a Educação de Infância no Masculino entre nós: “Uma menina que chegou este ano ao grupo de 24 crianças de 5 anos, no momento em que estamos a conhecer-nos, diz-me: «Sabes, a minha Mãe trabalha na loja e o meu Pai ajuda a Mãe… E tu também tens que ir trabalhar? Não podes ficar sempre aqui a brincar com os meninos»”. AUXILIARES DE AÇÃO EDUCATIVA Se os educadores de infância são uma espécie rara nos jardins de infância, o que dizer dos auxiliares de ação educativa! É senso comum que não há homens a desempenhar essa função, mas a verdade é que também existem e o SOLIDARIEDADE encontrou dois na Obra Social do Sagrado Coração de Maria, em Guimarães. Se Agostinho Faria, de 46 anos, encontrou a sua vocação nas funções que desempenha há já 14 anos, por seu turno, o jovem João Ribeiro, de 21 anos, ainda a procura. A caminho de completar um ano nesta nova profissão, o mais jovem diz-se satisfeito e afirma: “Não vejo grandes problemas em fazer carreira nisto”. Ambos tiveram experiências profissionais em unidades fabris, mas por razões diferentes optaram por seguir outro caminho e, perante a oportunidade, não hesitaram em experimentar umas funções que habitualmente são entregues às mulheres. A reação da equipa de colaboradoras é natural, até porque na instituição onde os dois trabalham há também dois educadores de infância, o que faz com que a OSSCM seja, por certo, uma das instituições com mais elevado rácio homens/mulheres dos infantários nacionais. Quem está de fora olha a profissão como uma brincadeira. “Isso não é trabalho, é um emprego. Que trabalhinho fixe, não deves fazer nada”, dizem-lhes os amigos, enquanto Agostinho Faria assegura, por outro lado, nunca ter tido qualquer problema com os pais, apesar de inicialmente ter ficado receoso. Para Agostinho Faria, “a maior dificuldade é quando as crianças estão doentes ou se magoam”, enquanto para João Ribeiro “é a teimosia daquelas crianças que em casa estão habituadas a fazer o que querem e depois não aceitam bem as regras”. Isto leva Agostinho Faria a sublinhar que, “por vezes, também é preciso educar os pais”. Em início de carreira, João Ribeiro ainda não passou pela creche, mas destemido diz, sorrindo: “Mudar fraldas vai ser um desafio”!
10-11-2014
Ler maisLousã – A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) galardoou as 5 escolas do município da Lousã que integraram, em 2013/2014 o Programa Eco-Escolas
O Galardão, que reconhece o empenho coletivo das escolas na educação para a sustentabilidade serve, também, para demonstrar o mérito do trabalho em rede, pois todo o trabalho apresentado à Coordenação Nacional do Programa, foi desenvolvido pelos alunos, professores, auxiliares de educação e pelos pais que incansavelmente se entregaram a este propósito, culminando esse processo na obtenção de um Galardão, que foi entregue no passado dia 15 do corrente, em Gaia.
29-10-2014
Ler maisAgradecimento ...
A ADIC vem publicamente registar o seu agradecimento a todas as pessoas e organizações que de uma forma geral participaram no Espetáculo Solidário realizado no passado sábado no Cine-Teatro da Lousã, tornando o mesmo possível e repleto de sucesso. Destacamos de uma forma particular: • Câmara Municipal da Lousã (pela cedência do Cine Teatro); • Academia de Motricidade "Hora Bolas" • Academia de Bailado da Lousã; • Laura Moita e Laura Magro, em representação da IMMA; • Grupo de Teatro Barraca Preta • Grupo de dança "The Lantin Pearls". • Adriana Fernandes e Paulo Sousa; • Tiago Katela; • João Rodrigues; • PedroSequeiraphotography; • Às Colaboradoras da Associação que participaram ativamente na logística do evento. Bem Hajam a todos! A Direção
28-10-2014
Ler maisEste site além de cookies necessários para o seu correto funcionamento, utiliza cookies para apresentar funcionalidades, otimizar conteúdos, personalizar anúncios e integrar funcionalidades de redes sociais e análise de tráfego. Essa informação recolhida é partilhada com parceiros das áreas e pode ser utilizada no uso dos respetivos serviços. Saber mais